Nação perdida...
Que os bons são maioria não resta dúvida, mas que a minoria dos ruins incomoda demais, resta menos dúvidas ainda.
Estava eu ontem no cinema, na penúltima fileira, onde acho melhor de assistir. Perto do momento do filme começar, entra um grupo de jovens e ocupa uns 10 lugares na fileira logo atrás de mim.
Já nos trailers, os indivíduos faziam ruídos e onomatopeias imitando os personagens e teciam comentários desagradáveis e sem fundamento. Uma irritação foi crescendo dentro de mim.
O filme começou e os baderneiros continuaram a total falta de respeito, diminuindo o intervalo entre um e outro comentário inútil. Dentre os ruídos proferidos estavam arrotos, bocejos, gargalhadas espalhafatosas e sarcásticas em cenas que não despertavam graça para tal, e uma série de comentários sobre a dramaturgia do filme na qual eles não tinham a menor competência para avaliar, coitados.
Dentre eles, imagino que devido aos excessos, ouvi um comentário de admoestação sobre o péssimo comportamento. Entretanto, a maioria de inúteis sequer deu ouvidos ao colega com alguma sensatez.
Já completamente incomodado, aos 10 minutos de filme, resolvi deixar o meu ponto estratégico de assistir um bom filme em um domingo a tarde entre amigos e me desloquei para a poltrona geograficamente o mais distante possível deste bando de imbecis. Apesar de ergonomicamente menos confortável sentar entre as primeiras fileiras, estar perto desses hominídeos era muito mais doentio.
Percebi que naquele momento eu havia perdido uma série de direitos, eu tive a paz roubada. Se, porventura eu houvesse pedido por um melhor comportamento, quais seriam as consequências? Diante de tal situação, de total falta de esperanças, não consigo cogitar entrar em confronto com indivíduos que não tem o mínimo senso de respeito ao próximo. Indo além, penso qual o tipo de literatura cada um deles preferia, mas que dúvida, com certeza literatura de outdoors.
Vivendo este tipo de situação eu penso, como lutar por um país pessimamente frequentado por macacos sub evoluídos, com o intelecto voltado apenas ao bel-prazer e sem o mínimo de consideração com a desgraça alheia? Sim, isso é uma grande desgraça. Pode parecer um simples comportamento de adolescentes inconsequentes, mas o que esperar de uma geração de analfabetos funcionais - sem generalizações - que irão ocupar cargos no mercado de trabalho, na política, na educação, e em diversos outros setores cruciais da sociedade?
Vivemos uma crise política sem precedentes no Brasil, mas eu penso e repenso: a crise é realmente política? Substituir os indivíduos dos poderes executivo e legislativo vai resolver o problema dessa crise?
Como um simples brasileiro que espera por um futuro melhor, me entristeço com a contestação de que não há muito o que possa ser feito por essa geração, a não ser esperar que todos morram. Não me refiro apenas aos pobres coitados que infestaram o cinema, me refiro a uma nação. O problema cultural é muito maior do que pensamos, como um câncer em metástase, condenando toda a população de um país a mediocridade.
A corrupção talvez não seja o maior problema do Brasil, mas sim a mera existência dos brasileiros.
Estava eu ontem no cinema, na penúltima fileira, onde acho melhor de assistir. Perto do momento do filme começar, entra um grupo de jovens e ocupa uns 10 lugares na fileira logo atrás de mim.
Já nos trailers, os indivíduos faziam ruídos e onomatopeias imitando os personagens e teciam comentários desagradáveis e sem fundamento. Uma irritação foi crescendo dentro de mim.
O filme começou e os baderneiros continuaram a total falta de respeito, diminuindo o intervalo entre um e outro comentário inútil. Dentre os ruídos proferidos estavam arrotos, bocejos, gargalhadas espalhafatosas e sarcásticas em cenas que não despertavam graça para tal, e uma série de comentários sobre a dramaturgia do filme na qual eles não tinham a menor competência para avaliar, coitados.
Dentre eles, imagino que devido aos excessos, ouvi um comentário de admoestação sobre o péssimo comportamento. Entretanto, a maioria de inúteis sequer deu ouvidos ao colega com alguma sensatez.
Já completamente incomodado, aos 10 minutos de filme, resolvi deixar o meu ponto estratégico de assistir um bom filme em um domingo a tarde entre amigos e me desloquei para a poltrona geograficamente o mais distante possível deste bando de imbecis. Apesar de ergonomicamente menos confortável sentar entre as primeiras fileiras, estar perto desses hominídeos era muito mais doentio.
Percebi que naquele momento eu havia perdido uma série de direitos, eu tive a paz roubada. Se, porventura eu houvesse pedido por um melhor comportamento, quais seriam as consequências? Diante de tal situação, de total falta de esperanças, não consigo cogitar entrar em confronto com indivíduos que não tem o mínimo senso de respeito ao próximo. Indo além, penso qual o tipo de literatura cada um deles preferia, mas que dúvida, com certeza literatura de outdoors.
Vivendo este tipo de situação eu penso, como lutar por um país pessimamente frequentado por macacos sub evoluídos, com o intelecto voltado apenas ao bel-prazer e sem o mínimo de consideração com a desgraça alheia? Sim, isso é uma grande desgraça. Pode parecer um simples comportamento de adolescentes inconsequentes, mas o que esperar de uma geração de analfabetos funcionais - sem generalizações - que irão ocupar cargos no mercado de trabalho, na política, na educação, e em diversos outros setores cruciais da sociedade?
Vivemos uma crise política sem precedentes no Brasil, mas eu penso e repenso: a crise é realmente política? Substituir os indivíduos dos poderes executivo e legislativo vai resolver o problema dessa crise?
Como um simples brasileiro que espera por um futuro melhor, me entristeço com a contestação de que não há muito o que possa ser feito por essa geração, a não ser esperar que todos morram. Não me refiro apenas aos pobres coitados que infestaram o cinema, me refiro a uma nação. O problema cultural é muito maior do que pensamos, como um câncer em metástase, condenando toda a população de um país a mediocridade.
A corrupção talvez não seja o maior problema do Brasil, mas sim a mera existência dos brasileiros.
@jonatabiehl
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